Além de animais, troncos de árvores antigas também foram fossilizados
Local onde os fósseis foram encontrados em Exu, PE (Fotos: Carol Souza /G1)
Mais de 38 mil fósseis encontrados na região do Araripe, estão sendo catalogados por pesquisadores do Laboratório de Paleontologia do Departamento de Geologia da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE). São peixes, mosquitos, troncos de árvores, fezes e fragmento de asa de pterossauro, todos com aproximadamente 100 milhões de anos, que estão sendo estudados e podem ajudar a contar a história de vida primitiva na região.
Na cidade de Exu, onde os trabalhos de escavação estão sendo intensificados, a primeira visita de estudiosos da área aconteceu em 1970, mas os estudos foram desenvolvidos a partir de 2012. O trabalho acontece em parceria com a UFPE, a Pró-Reitoria de Extensão da universidade, o Laboratório de Paleontologia e a Prefeitura de Exu.
“A principal importância é garantir que fósseis do Araripe permaneçam no local de origem e que as pessoas da região possam conhecer o seu patrimônio, além de diminuir a saída ilegal dos fósseis daqui. Por serem da União, não podem ser comercializados”, explicou a coordenadora da equipe de geólogos da UFPE, Alcina Franca, afirmando que a expectativa é, em um ano, inaugurar o primeiro museu de fósseis do Araripe pernambucano.
Fósseis de dinossauros no Araripe?
As escavações começaram no final do mês de agosto no município e a comunidade está sendo convocada a proteger o material e contribuir para a formação do acervo que será reunido em um museu. Das milhares de peças encontradas, os peixes se destacam, já que existia um grande lago na região, mas também há incidência de dinossauros. “Encontramos tartarugas e dinossauro, só que o único encontrado do lado pernambucano, devido ao tráfico de fosseis, se encontra hoje na Alemanha e a própria população local não tem mais acesso a esse material. Esse trabalho que estamos fazendo também é para evitar que isso aconteça, para garantir que esse patrimônio permaneça na região e que seja patrimônio cultural e econômico para a população”, afirma Aline Ghilardi.
Além de estudar espécies, a equipe de paleontólogos também atua na conscientização e divulgação científica. “A ideia é que sejam trabalhadas as cidades de Exu, Trindade e Ipubi que são localidades onde , desde a década de 1990, se conhecia a ocorrência de fósseis. Em Exu Já foram encontradas várias novas espécies, inclusive que não são conhecidas cientificamente. Temos um caranguejo fóssil e essa nova espécie deverá receber um nome em homenagem à cidade, além da descoberta do pterossouro. Foi encontrado na cidade uma parte da pata desse animal, mas um artigo sobre o achado ainda será divulgado”, explica a paleontóloga. (G1)