O escândalo que atingiu a Confederação Brasileira de Vôlei (CBV) no fim do ano passado e que revoltou parte dos atletas da Seleção Brasileira masculina – além de ter provocado a suspensão da parceria entre Banco do Brasil e CBV - por pouco não levou consequências ao levantador titular da equipe nacional. De acordo com Bernardinho, técnico do selecionado brasileiro, o filho dele, Bruno Rezende, recebeu via e-mail pressão de Ary Graça, ex-presidente da confederação, por ter se manifestado sobre as denúncias à entidade na internet.
A revelação de Bernadinho foi feita em entrevista ao jornal O Globo publicada neste domingo. O treinador da Seleção Brasileira masculina de vôlei preferiu não se comprometer ao ser questionado sobre o que pensava a respeito dos desvios de verba na CBV, mas contou que Ary Graça, atual presidente da Federação Internacional de Vôlei (FIVB) e um dos envolvidos no escândalo da confederação, ameaçou processar Bruninho depois de ver um protesto do jogador via redes sociais.
No fim do ano passado, quando relatórios da Controladoria Geral da União (CGU) apontaram irregularidades em contratados da CBV, o levantador e filho de Bernardinho foi ao Twitter reclamar. Ele se mostrou envergonhado com a falta de punição aos acusados de desvio de verba na entidade e classificou como “corrupção” o que aconteceu. Além disto, republicou todas as mensagens de protesto de Murilo, seu companheiro na Seleção, e postou uma imagem pedindo “respeito ao voleibol”.
Isto, de acordo, com Bernadinho, desagradou Ary Graça, que teria enviado um e-mail ao levantador ameaçando processá-lo por isto. “Foi uma coisa que particularmente me chateou ainda mais”, afirmou o treinador, que disse não ter tido contato com o atual presidente da FIVB depois do escândalo. “Acredito que ele esteja achando que eu estou envolvido com o surgimento das denúncias, houve esse boato, o que não é verdade”, explicou Bernadinho.
Na entrevista ao Globo, o técnico da Seleção Brasileira ainda disse que Ary Graça talvez tenha uma briga contra “a própria consciência” e deixou claro que não quer embates. Porém, afirmou que “se tiver que brigar, também não vai fugir de nada”. Por fim, Bernardinho se posicionou contra a escolha de Geroge Hilton como novo ministro do Esporte, pois, para ele, “foi uma questão política” e “o Esporte precisaria de um representante seu, do Esporte, na pasta”.