Recurso para
contratar veículos não chega ao estado desde fevereiro. Em Itaíba,
município do Agreste, 90% das cisternas estão vazias.
A
falta de chuva já deixou 126 municípios em situação de emergência no Agreste e
no Sertão pernambucano. A situação de emergência é decretada quando o município
não consegue mais resolver os problemas causados pela seca e precisa da ajuda
do governo. Uma das medidas adotadas para diminuir o sofrimento das famílias
que moram nas áreas atingidas pela estiagem são os caminhões-pipa, mas esse
tipo de ajuda também está em falta.
O
convênio entre o Ministério da Integração Nacional e o governo estadual, que
garantia verbas para a contratação de veículos pela Defesa Civil, terminou em
fevereiro e não foi prorrogado. "Ainda em janeiro, nós estivemos lá na
Secretaria Nacional de Defesa Civil, em Brasília, e o secretário nos repassou
que havia uma deliberação do governo federal de não mais renovar os convênios
para atendimento da operação carro-pipa nos estados e que esse atendimento
passaria, este ano, a ser feito pelo Exército Brasileiro", explicou o
secretário-executivo de Defesa Civil de Pernambuco, coronel Carlos
d'Albuquerque.
Na
resposta ao governo de Pernambuco, o Ministério da Integração Nacional nega o
pedido de R$ 10 milhões que deveriam ser usados para manter circulando os
caminhões-pipa contratados pela Defesa Civil. O documento informa que o
Exército abastece 100 municípios do estado, com 1.224 caminhões-pipa, e vai
analisar o atendimento aos 22 municípios que deixaram de ser abastecidos com o
fim do convênio.
Cento
e dezesseis caminhões deixaram de circular em Pernambuco justamente quando eles
são mais necessários. A estiagem prolongada não dá sinal de trégua. Pelo
contrário, chove abaixo da média histórica na região pelo quarto ano seguido.
Dos 36 caminhões-pipa que circulavam em Itaíba, no Agreste, 28 eram contratados
pela Defesa Civil. Apenas oito do Exército continuam abastecendo as famílias.
Sítios isolados e povoados rurais estão sem água.
O
presidente da Associação de Trabalhadores Assentamento Angico Torto, Alfredo
Cavalcante Bezerra, afirmou que estão vazias 90% das cisternas que abastecem a
população do assentamento em Itaíba. No meio de 120 famílias, conta uma ou duas
que teve condições de comprar um carro pipa de água e ainda tem um pouco de
água para dividir com o vizinho, e o resto está esperando por Deus", lamentou.
De
acordo com a Defesa Civil do estado, caminhões do Exército e do Instituto
Agronômico de Pernambuco (IPA) devem abastecer os 22 municípios que eram
beneficiados pelo convênio. A Companhia Pernambucana de Abastecimento
(Compesa) também garantiu que vai enviar veículos para as cidades que estiverem
com problemas. O secretário de Agricultura de Itaíba, Francisco de Oliveira
Silva, afirmou que nenhum veículo foi encaminhado ainda para a cidade. "Cortou
de vez e não entrou outro para suprir a necessidade. Até o momento, não chegou
outro meio não", disse.
Com
a cisterna vazia, a agricultora Antônia Maria Belo espera pelo caminhão-pipa.
"Nós não temos água encanada, não tem nada. Tem que ser na base do caminhão
pipa, não é isso? Ele não chega e aí fica difícil para nós", lamentou.
Fonte: G1- PE
Postado: Estação Rei do Baião
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