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quarta-feira, 22 de julho de 2015

Gonzaga queria e criou mais a Missa do Vaqueiro

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Representantes do Nordeste se encontram no 3º domingo de julho todos os anos.

A música “A Morte do Vaqueiro” foi (e ainda é) um hino de louvor de todos os vaqueiros nordestinos. Mas Luiz Gonzaga queria mais. Por isso, junto ao Padre João Câncio dos Santos, realizou a primeira Missa do Vaqueiro, no ano de 1971. O local escolhido para a celebração foi o Sítio Lages, onde o corpo de Raimundo Jacó havia sido encontrado. A data era 18 de julho. Desde então, anualmente, no terceiro domingo de julho, vaqueiros de todo o Nordeste se encontram em romaria para renovar sua fé.
Dois anos após a primeira missa, em 1973, Luiz Gonzaga e o Padre João Câncio construíram a estátua de Raimundo Jacó exatamente no local onde o vaqueiro foi morto. E assim, durante muitos anos, o momento era composto apenas pela missa religiosa, celebrada em frente ao monumento. As músicas entoadas na liturgia são todas de autoria do “Doutor do Baião”, Janduhy Finizola, como Gonzaga o chamava.
Mas já um ano depois, em 1974, a dupla inaugurou o Parque Nacional do Vaqueiro, hoje de propriedade da Empresa de Turismo de Pernambuco (Empetur). A partir de então, a cerimônia religiosa passou a ser um dos principais eventos do calendário turístico de Pernambuco e a principal atividade econômica de Serrita.
A celebração se assemelha aos rituais católicos, mas com alguns toques especiais que caracterizam o espetáculo: no lugar da hóstia, os vaqueiros comungam com farinha de mandioca, rapadura e queijo, todos montados a cavalo. Mais de 1,5 mil vaqueiros participam da liturgia. Sobre a quantidade de visitantes, o número ultrapassa 60 mil pessoas.
Desde 2001, o evento é organizado pela Fundação Padre João Câncio, em parceria com o município de Serrita e o Governo do Estado, através da Empetur. Neste ano, quando foi realizada a 42ª Missa do Vaqueiro em homenagem ao centenário de Luiz Gonzaga, o orçamento da Empetur destinado à organizadora da festa foi de R$ 650 mil. “É um investimento pequeno em relação aos outros eventos. Só para comparar, o Governo do Estado investiu R$ 15 milhões este ano no FIG (Festival de Inverno de Garanhuns). Então, falta mais apoio, tendo em vista que a Missa do Vaqueiro carrega uma história belíssima que é de todo o Nordeste”, criticou a presidente da Fundação, Helena Câncio.
De acordo com ela, a Fundação se mantém através de parcerias. Em 2008, ganhou o prêmio Rodrigo de Melo, premiação concedida pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) aos melhores projetos de preservação do patrimônio. “Trabalhamos o ano inteiro com o município (Serrita) para manter a classe unida, através de programas sociais e de confecção de peças de artesanato e de roupas, criadas com o couro de bovinos, caprinos e ovinos”, explica Helena, que é viúva do Padre João Câncio.

Leia Mais

* Riqueza da Missa do Vaqueiro não é para todos 
* Morte do vaqueiro virou letra de música em 1963 
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Fonte: Blog Romulo Lima
Postado: Estação Rei do Baião 

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